17/4/2008 - 5 dias antes do aniversário de minha avó (22/4), eu e minha tia fizemos uma tatuagem em homenagem aos meus avós (pais dela), minha tia escreveu as inicias deles e em baixo escreveu: amor eterno, já eu, escrevi no pulso direito: meus avós meu orgulho!
16/05/2008 -
O telefone toca e eu atendo achando ser minha mãe do outro lado da linha:
- Oi mãe!
- Oi minha branquinha - disse minha avó.
- Oi vó, tudo bem com voce?
- Tudo ótimo e com voce?
- Tudo bem!
- Quem tá aí com você?
- Ah! To na praia com os meus amigos
- Já estudou? Estuda, porque vamos viajar hoje!
- Vamos pra Miami?
- É!
- Tá bom, vou estudar quando chegar em casa e vamos hoje!
- Tá bom, beijos filhinha
- Beijos vó!
E assim foi nossa última conversa pelo celular, na sexta-feira. Ela no hospital e eu no Big Bi da república tomando meu açaí com morango e granola separada, mal sabia eu.
16/05/2008 e 17/05/2008 (um mês da tatuagem feita) - dias dos fatos ocorridos abaixo:
Ainda na sexta, chego em casa e minha mãe já havia chegado do hospital, disse que minha avó estava ótima, que o médico a havia liberado para tomar até guaraná e comer queijo quente! Lá pelas 20h, combinei com algumas amigas de irmos comer em algum lugar, e assim foi feito. Depois de "jantarmos", fomos à casa de uma das meninas aonde passamos a noite.
No dia seguinte, após algumas ligações de minha mãe, que havia ido ao supermercado, ela liga de novo, avisando que minha avó estava passando mal. Levantei correndo da cama improvisada no chão da sala, me arrumei, tomei um Nescau e desci correndo pra encontrar minha mãe que estava de carro a caminho do hospital. Chegando lá, já estavam meu avô e minha tia aos prantos. Até então, acreditavamos que o "passar mal" fosse devido ao engasgo com a comida e enquanto os médicos se apressavam para salvar vida, minha tia entrava em desespero. Após longos minutos de espera, o médico vem nos confirmar o que haviamos previsto há algum tempo: "- A dona Jacira teve uma parada cardíaca no quarto, conseguimos reanima-la, levamos-a ao CTI, lá teve outra parada e não resistiu."
BOOM! O mundo caiu em cima de mim, com tanta força, mas tanta força que a última coisa que lembro com precisão foi eu subindo as escadas correndo pra vê-la! Minha visita foi vetada até que eu me acalmasse, quando o fiz, a abracei com tanta força que acho que queria que ela entrasse dentro de mim. Comecei a me culpar de nao ter ido vê-la a semana inteira, de só ter falado com ela pelo celular, de não poder ter dado aquele beijo que ela tanto gosta, de nao poder ter abraçado ela! Por muitas vezes, pensei em desabar mais do que já havia feito, mas minha tia me lembra que minha avó era a primeira pessoa que odiava me ver triste, que ficava triste junto comigo e que me defendia acima de tudo!
Hoje meu coração bate triste, mas aliviado. Aliviado por saber que ela parou de sofrer, que mesmo não estando aqui no apartamento ao lado, ela está dentro das minhas lembranças mais alegres e que um dia, quando nos encontrarmos, eu ainda vou dizer a ela tudo o que nunca disse e o que já disse mil vezes. Ainda a tenho comigo e sempre terei, existe alguma força aqui dentro que não me deixa esquecer os príncipios de Espiritismo que sempre aprendi e é nisso que me apego na hora que o coração bate mais forte, que o desespero aparece e que o choro vem.
Deixo aqui registrado que eu ainda vou realizar os sonhos que ela tinha. Vou escrever o livro que ela queria, contando sobre as dificuldades desses últimos tempos! Agora, mais do que nunca eu quero fazer com que ELA tenha orgulho da neta que tem e vou fazer com que os sonhos que forem possíveis se concretizem de tal forma, que amenize a dor no coração de cada um.
Aos meus amigos que ligaram, mandaram scrap e depoimento, eu agradeço do fundo do meu coração! Agora eu sei o quanto é bom te-los em minha vida! E preciso registrar outra coisa aqui: Ontem senti muita, mas muita falta até das pessoas com quem pouco converso, não sei porque, mas acho que é devido ao momento, talves.
Encerro esse post com muitas saudades e amor, pra finalizar: "Meus avós, meu orgulho" pra sempre, no pulso direito e no coração do lado esquerdo do peito, guardado a sete, dez, mil chaves!!
Fim.
Beijos.
ps: li esse post umas 10 vezes antes de postar e continuo achando que minhas notas altas em redação eram pura sorte. mas esse aqui foi feito de coração, com todo sentimento que tenho. Em falar em notas altas, as minhas estão ótimas, e minha avó adorava escutar quando eu tinha nota alta :D!
Um comentário:
Bah... graças a Deus meus avós ainda são vivos... quando minha Bizavó morreu foi foda =/
Bola pra frente :)
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