As cordas eram jogadas em sua direção mas nenhuma te alcançava. Não te alcançava porque você nao estava ao alcance ou nao queria ser salvo? Ouvia todos gritando seu nome e voce naquela inércia sem conseguir ao menos piscar os olhos direito.
Era tanta dor, que consumia todas as suas células. Uma hora, voce ia explodir. Os remédios não faziam efeito, e até o programa mais engraçado da televisão não lhe arrancava um meio sorriso.
Voce ouvia e ignorava, queria sentir a dor até o fim, até a última gota, última gota.
Como um sopro forte, o cabelo esvoaçou e voce ouviu uma voz, uma voz doce te chamando pra dançar, enquanto negava, chorava lembrando do que tinha lhe acontecido. A voz gritava com uma intensidade enorme ao passo que voce queria ouvir só e somente só o silêncio. Até o dia que resolveu se render e perguntou quem batia à porta e incomodava a sua dor, a voz lhe respondeu doce e num tom grave:
- Sou eu, a vida te chamando para abrir os olhos e ver como sou colorida!