terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Desabafo(2)

Quando a gente entra numa nova relação, parece que os sentimentos ficam à flor da pele, a vontade, o desejo e a saudade são tão grandes que entrar na internet as 6h da manhã não parece loucura, perto de tantas vezes que minha janela no msn sobe e desce pra ver se ele fala comigo. Mas uma coisa é preciso e preciosa; tempo. Nada nasce de um dia pro outro, as plantas são cultivadas, amadas dia após dia até que nasça o primeiro pontinho verde na terra e assim são as melhores relações, precisamos cultivá-las para que apenas bons frutos crescem, e pra isso, é muito importante rega-las.
Aprendi uma coisa necessária, não só agora nessa fase começoderomance, mas para vida toda, todas as fases; as pessoas precisam de carinho e espaço. Nossa natureza é ser carente! E não carente de não ter alguém, mas carente de precisar de atenção. Não precisa negar, eu sei que você que tá se escondendo aí atrás da cortina já precisou de um colo um dia, um cafuné numa tarde, um filme num domingo, e sei que já não teve companhia pra essas coisas, eu mesma já não tive, já bati o pé e mesmo assim não tinha ninguém ali pra dar uma forcinha. Quantas vezes já me peguei deitada no sofá fazendo cafuné em mim mesma? Quantas vezes já peguei o celular pra ligar pra alguém e pedir socorro. Quaantas vezes já exigi a presença de alguém pertinho só pra ver? E o que eu mais faço, quantas vezes já liguei só pra ouvir a voz? Ah.. Inumeras, e olha que ainda não cheguei nos 20.
Eu fico me esclarecendo minhas próprias dúvidas, eu sei que crianças são carentes e precisam de antenção e entendo melhor ainda quando dizem que as pessoas não crescem. Melhor ainda me entendo quando escrevi um texto no dia do meu aniversário de 18 anos falando que não queria crescer. Eu não quero crescer por dentro, não quero ter responsabilidade, não quero olhar pra cara dessa falta de carinho alheio tão de perto, eu sou criança ainda e preciso me alimentar.
Levo minha criança pra passear, dou carinho, faço cafuné, brinco de casinha e finjo morar sozinha. Penso em casar, em ter filhos, mas sou criança e não quero crescer. As vezes parece que essa rotina de cidade grande (leia-se: cidade-desespero) suga toda minha energia e eu fico murchinha. Muitas vezes fico sem saber o que fazer, como repor toda essa falta de energia e aí vem uma pergunta no formspring.me que me ajudou a refletir: "Quanto tempo você tem para si mesma?" e eu demorei tanto pra responder, porque não sei. Tive dois meses pra renovar as energias e achei que fosse o suficiente até as próximas férias, mas acho que não foi, acho que ainda não tiro um tempo pra mim mesma sempre. A minha criança precisa conhecer novos lugares, energias boas que somem, porque se for pra diminuir... Tô fora!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ferrari ou humano?

Quando a alma tá lavada nada perde o controle, parece sólido, fácil. Nem sempre confiança é uma virtude, mas é a única coisa que se quebra e não constrói novamente. Diamantes são duros e difícies de quebrar, mas quando quebra, ainda valem dinheiro, mas perdem o valor sentimental, e porque a confiança é assim? É tão dificil pro ser humano confiar e quando confia, quebra a cara. As vezes eu fico me perguntando, porque vivemos 'civilizadamente' se tudo isso aqui parece mais uma selva?
Eu vejo amigos passando por cima de amigos, irmãos matando irmãos, filhos matando mães e não para sobrevivência, mas por algo 'maior', um sentimento que cresce que nem Renesme, tão rápido que machuca quem mais amamos. Já fui muito clara, nada parece fazer sentido, pessoas fazem coisas além do entendimento humano e isso me consome! Não passa pela minha cabeça matar um filho, até porque eu não tenho um, mas não passa pela minha cabeça matar minha mãe, nem fugir de casa e muito menos ir morar de baixo dos arcos da Lapa. Eu sempre quis ter super poderes, voar seria o mais gratificante, mas eu jamais nesse mundo gostaria de saber o que passa na cabeça de cada um, é medonho só de pensar em pensar em conjunto com um assassino, viver na mente de um psicopata. Minha natureza me permite coisas tão óbvias e não entendo porque esse ser que se diz tão racional não consegue ver as coisas assim, complica tudo, o caminho reto nunca é satisfatório, os quebra-molas ao invés de fazer diminuir a velocidade, faz com que acelere até que seja permitido, ou não, as curvas a beira do precipício não tem barreiras pra não te deixar cair. Calma! Pisa no freio!! Vale a pena viver à 200km/h ou à 75km/h e aproveitar a paisagem das curvas? Aposto que vc já passou por uma delas e não reparou que bem em cima do seu carro corria junto à você uma borboleta azul e preta, aposto que você não ouvir o canto do beija-flor pela manhã e muito menos o ouviu o que o pôr-do-sol tem a lhe dizer.
E aí, é tentador demais diminuir a velocidade ou prefere bater no primeiro poste?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Arrego

Há dois anos atrás, tive o melhor carnaval da minha vida. Todos os dias de praia, banho e bloco, com as melhores companhias que eu pude ter naquele ano. Ano passado, o carnaval não foi tão aproveitado assim, os blocos eram trocados facilmente por programas à dois, o que me fez ficar tão avessa a essa época do ano que em 2010 resolvi me resguardar e dizer com todas as letras, silabas e fonêmas que eu não ia de jeito algum sair atrás de todos os blocos do leme ao leblon.
Paguei com a língua em plena sexta feira de carnaval, fui convencida a aproveitar a melhor fase do ano e por mais que tenha sido dificil me render à tentação, assim o fiz. Sem dinheiro e com companhia o carnaval vem sendo completo. Consegui aproveitar as duas coisas que queria, as praias e trilhas desconhecidas pela manhã e os blocos à tarde, tão cheios e divertidos como os de há dois anos atrás.
E cá estou, entrando no banho depois de uma manhã de cachoeiras, trilhas e mirantes (literalmente) para seguir a mais um dia de blocos e seja lá o que for, é bem vindo. Carnaval é isso, diversão a todo custo sem medo.
SEM MEDO!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cada coisa em seu lugar

Com o armário arrumado, parece que a vida muda e tudo fica mais fácil. Em novembro, ganhei de aniversário um caderninho simples, porém significativo, andava comigo pra cima e pra baixo, as músicas saiam da boca e eram postas em papel, os versos rodavam minha cabeça e em questão de segundos, BAM! Tava pronto.
Com o armário arrumado, parece que a vida muda e tudo fica mais fácil, as roupas ficam mais visíveis para pegar, os perfumes em ordem de uso e os brincos também.
Com a vida também é assim, quando tá tudo arrumadinho, aceitar novas idéias e propostas torna-se menos cansativo e agradável, aquelas pessoas chatas e insôsas viram alegres e coloridas como flores na primavera. Os dias parecem mais ensolarados mesmo que chuvosos, e tudo fica transparente, sem dúvidas, sem medos. Confesso que em dois meses nunca aprendi tanto sobre mim, meus limites e vontades, parece que agora que tirei férias da mesmisse carioca tudo ficou mais claro e mais bonito. Permitir-se é tão necessário quanto preservar-se. Claro! Temos vontades e desejos, erramos e acertamos, seres humanos são feitos de carne e osso, julgar pra quem? Julgar quem? A justiça nem sempre tá do lado certo e vida não anda pra frente sem amor. Amor próprio.


ps: mesmo com o armário arrumado e insisto em misturar os assuntos. é incrível!